Diz o evangelho de São Mateus que, após a partida dos Reis Magos, um anjo do Senhor apareceu em em sonhos a São José e disse: _ “ Levanta, toma o menino a sua mãe e foge para o Egito; permanece lá até que eu te avise, porque Herodes procura o menino para o matar. “ José levantou-se, tomou durante a noite Jesus e sua mãe e retirou-se para a terra dos faraós, ficando ali até a morte de Herodes. (Mt 2,13-14).
A viagem foi longa e bastante penosa, pois Belém dista do delta do Nilo cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros. Pela tradição Macarié, nas proximidades de Heliópolis (atual Cairo) foi o local da permanência da Sagrada Família durante cerca de sete anos.
Conta a tradição que a Sagrada Família durante a viagem, foi atacada por salteadores; mas eles não lhes fizeram mal nenhum, em atenção ao pedido de um deles, que seria mais tarde o Bom Ladrão, morto na cruz ao lado de Cristo e hoje venerado com o nome de São Dimas.
Em nosso país a duração à Senhora do Desterro foi intensa durante o período colonial, talvez porque os portugueses, deixando a pátria, provisória ou definitivamente, para servirem na colônia de além –mar, encontrassem consolo na devoção à Virgem exilada. Entre os templos mais antigos do Brasil temos o de Nossa Senhora do Desterro da Bahia, junto ao qual foi erguido um convento para senhoras que desejavam se afastar do mundo e dedicar-se à vida religiosa, e a ermida do Rio de Janeiro, construída nos primeiros tempos da fundação da cidade. Conta-se que o historiador Padre Simão de Vasconcelos devem à Virgem do Desterro a sua milagrosa cura. Foi ali também, junto à pequena capela carioca, na subida do morro do Desterro, que um grupo de bravos estudantes enfrentou os soldados franceses comandos por Duclerc, conseguindo derrotar os invasores. Mais tarde, no local da ermida, foi edificado o convento de Santa Teresa, das freiras carmelitas, porém sua igreja conservou a antiga devoção. A cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina, chamou-se durante mais de dois séculos Vila do Desterro, pois nasceu em torno da capela contruída em 1673 por Francisco Dias Velho, que morreu alguns anos depôs na própria Igreja que fundara, defendendo seu povo contra um ataque de piratas. Somente após a Revolta da Armada, em 1894, a cidade recebeu seu atual nome em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto.
Oração à Nossa Senhora do Desterro
Ó Bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo Salvador do Mundo, Rainha do Céu e da Terra, advogada dos pecadores, auxiliadora dos cristãos, protetora dos pobres, consoladora dos tristes, amparo dos órfãos e viúvas, alívio das almas penantes, socorro dos aflitos, desterradora das indigências, das calamidades, dos inimigos corporais e espirituais, da morte cruel dos tormentos eternos, de todo bicho e animal peçonhentos, dos maus pensamentos, dos sonhos pavorosos, das cenas terríveis e visões espantosas, do rigor do dia do juízo, das pragas, dos incêndios, desastres, bruxarias e maldições, dos malfeitores, ladrões, assaltantes e assassinos. Minha amada mãe, eu prostrado agora aos vossos pés, com piedosíssimas lágrimas, cheio de arrependimento das minhas pesadas culpas, por vosso intermédio imploro perdão a Deus infinitamente bom.
Rogai ao vosso Divino Filho Jesus, por nossas famílias, para que ele desterre de nossas vidas todos estes males, nos dê perdão de nossos pecados e nos enriqueça com sua divina graça e misericórdia. Cobri-nos com o vosso manto maternal, ó divina estrela dos montes.
Desterrai de nós todos os males e maldições. Afugentai de nós a peste e os desassossegos. Possamos, por vosso intermédio, obter de Deus a cura de todas as doenças, encontrar as portas do Céu abertas e convosco ser felizes por toda a eternidade. Amém.
(Rezar 7 Pai-nossos, 7 ave-marias e 1 Credo ao Sagrado Coração de Jesus, pelas sete dores de Maria Santíssima).